We need to talk about Ezra Miller.
É o próprio Ezra Miller que confessa gostar de personagens difíceis e complexas onde a maldade parece borbulhar. É só procurar as entrevistas sobre o seu papel em "We Need To Talk About Kevin" de Lynne Ramsay, onde contracena com uma brilhante Tilda Swinton e um John C. Reilly que me lembra o papel que desempenhou no "The Hours".
Que se danem os óscares e aquela exploração nostálgica do cinema, de costas para o futuro, suspirando pelo passado. Filmes como este sacodem-me muito mais que os nomeados, os premiados e os restantes frequentadores da cerimónia. Todas as imagens têm intenção e profundidade, na cor, na luz, na composição, os vermelhos, aquela casa vazia, mesmo quando habitada, aquele país desconexo e anómico. Todos os atores estão num patamar de inspiração superlativo e é mesmo provável que, depois do seu papel em "Afterschool", Ezra Miller seja dos adolescentes mais assustadores da história do cinema, em cada olhar, borbulha, cicatriz, corpo magro relaxado na certeza da sua crueldade. Talvez apenas no fim... Faz dezanove anos em abril.
Aqui abaixo o trailer e a música do final, "Mother's Last Word To Her Son" de Washingotn Phillips, 1927.
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