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luís soares

Blog do escritor Luís Soares

A infância é um lugar estranho.

"O Sítio das Coisas Selvagens" pode, como muitos filmes, ser discutido de muitas maneiras. Sendo um filme que tem como personagem principal uma criança, pode adicionalmente ser discutido no contexto das histórias para crianças, dos filmes para crianças, do papel educativo e/ou moral que essa ficção pode ter. É uma discussão antiga que, sinceramente, não me interessa particularmente. Nunca achei que as crianças devessem ser tratadas como atrasados mentais e desde sempre os lobos (e não os comunistas) procuraram comer netinhas ao pequeno-almoço, juntamente com as respectivas avozinhas.

O filme de Spike Jonze é uma delícia. É percorrido por uma honestidade emocional sem grande compromisso, no confronto das emoções cruas da infância com a adolescência, com a idade adulta, com a imaginação e a vontade de crescer mas nunca deixar o conforto de uma mãe que nos alimenta ao chegarmos a casa.

Ser criança não é simples, sobretudo quando, como Max, o que nos entretém é sobretudo a imaginação solitária e alguma necessidade de atenção. Tudo isto, incrivelmente, estava já presente nas poucas páginas de Maurice Sendak em que o o filme é baseado, mas o verdadeiro triunfo é conseguir transformá-las num mundo encantado que nunca parece falso, dando mais densidade psicológica a meia dúzia de coisas selvagens de que acabamos por só poder gostar, como se fossem memórias que tinhamos esquecido de amigos com quem brincávamos em recreios distantes.

Mesmo numa era de inevitável efeitos digitais e mundos inventados, nunca tive dúvidas de que era este o cinema de que gostava, um cinema de personagens e emoções, de histórias em que a riqueza da imagem nunca se sobrepõe ao sorriso ou às lágrimas de Max.

E há a banda sonora de Karen O, claro, que tudo atravessa no tom certo. Ouçam lá.

Notícias do cinema.

Há esta notícia do The Guardian sobre o Tom Waits (!) ir ter um papel no "The Hobbit". A mim parece-me muito bem. Mas há também a notícia de que a data de estreia do "Where The Wild Things Are" em Portugal foi mudada de novo, agora para mais cedo, dia 7 de Janeiro. Prognósticos só no fim do jogo?

Entretanto os filmes passados em Buenos Aires parecem estar na moda, o que a mim também não me parece mal. Depois do "Tetro" ou se calhar começamos a reparar neles por causa do "Tetro", abaixo, o trailer do "The Paranoids" de Gabriel Medina.

Notícias do cinema.

Afinal o "Where The Wild Things Are" só estreia em Portugal em Fevereiro e já não vai ser meu presente de aniversário. Em Londres estreia a 11 de Dezembro. Alguém quer ir?

Entretanto o "Avatar" do Cameron continua a fazer ondas, mesmo antes ou sobretudo antes de estrear. O custo total é astronómico, mas as finanças da coisa estão bem montadas. Quanto à tecnologia, parece que o Ridley Scott gostou muito e quer usar num projecto seu. A ver vamos.

Abaixo mais uma imagem do "Where The Wild Things Are", obsessão do momento, até pela interessante discussão que parece gerar.

"Where The Wild Things Are" Update.

Não falava disto há algum tempo, por isso cá vai.

A banda sonora de Karen O (dos Yeah Yeah Yeahs) & The Kids saiu mesmo no final de Setembro e já me anda a deliciar os ouvidos há coisa de uma semana. O espírito parece ser o do livro, o do trailer, bom, o de tudo o que vi a propósito do filme, entre o infantil, o rebelde e o doce. Mesmo o que me apetecia.

Entretanto, a Vice, revista de comics, pediu a uma série de boa gente para fazer ilustrações a propósito das memórias que guardavam do livro de Maurice Sendak. Aqui mesmo abaixo está o exemplo de Ted May, em si, uma pequena historinha.

Por fim, quem tem putos, enfie-lhes a cabeça num daqueles painéis publicitários que começaram a aparecer nos cinemas e transforme-os desde já num pequeno Max. E isto ainda a quase dois meses da estreia...

"Where The Wild Things Are"

Dave Eggers, co-argumentista com Spike Jonze, o realizador, do filme "O Sítio das Coisas Selvagens" escreveu um pequeno romance a partir da história ilustrada original de Maurice Sendak, em que o filme é baseado. O New Yorker publicou um extracto, que vale a pena espreitar, até porque dá uma ideia da riqueza que foi acrescentada à parcimoniosa narrativa original de Sendak.

Entretanto, mais dia menos dia, encontra-se por aí a banda sonora do filme, creditada a Karen O, dos Yeah Yeah Yeahs.

Novo trailer - "Where The Wild Things Are"

Fazer um bom trailer é uma arte que pode ajudar a fazer ou desfazer o sucesso de um filme. Os primeiros trailers de "O Sítio das Coisas Selvagens" já eram uma delícia e delicioso foi ver um deles finalmente no cinema em Portugal, numa magnífica cópia digital. Agora há mais um trailer novo e desvenda um pouco mais do mundo de Max e das Coisas Selvagens. Vejam lá que vale a pena: