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luís soares

Blog do escritor Luís Soares

O Nome da Cidade.

O título deste post é referência a uma música de Adriana Calcanhotto, onde ela canta "o Redentor, que horror, que lindo", o que me lembra logo o Corcovado do Tom Jobim, mas mais que isso, me pôs a pensar sobre as cidades e o que são.

Se alguma coisa já foi repetida em comentário aos meus livros, é que são urbanos. Pelo menos passam-se em cidades. Se isso transparece na própria escrita e faz dos livros urbanos, é outra questão. Seja como for, "Em Silêncio, Amor" é o primeiro que se passa numa cidade sem nome. "Aquariofilia" e "Os Adultos" tinham os pés bem assentes em Lisboa e arredores.

Se num primeiríssimo momento, esta ausência de nome para a cidade que serve de cenário à narrativa veio de uma certa ignorância sobre Nova Iorque (a cidade "onde" me apetecia escrever), em breve ganhou outra dimensão, por dois caminhos distintos.

O primeiro, como já referi algures neste blog, passa pela pintura de Edward Hopper e o tanto que ele pintou essa cidade, as suas solidões e actores, encenando-os em luz e escuridão, cores e silêncios.

O segundo levou-me a pensar o que teriam todas as cidades em comum, o que poderia eu escrever sobre uma cidade sem nome que fosse várias cidades. Aí os resultados foram mistos e acho que no fim, como alguém me disse, saiu uma Nova Iorque com traços mediterrânicos. Como em quase todas as cidades ocidentais, aqui há parques, avenidas, ruas, escolas, lojas, metro, livrarias, trânsito mal educado, árvores de que nos esforçamos para descobrir o nome.

Sobrevoei algumas dessas cidades no Google Earth e fiz esta imagem. Da esquerda para a direita: Barcelona, Londres, Nova Iorque, Lisboa e Budapeste. Já as visitei todas e de diferentes que são, todas são cidades em sentido próprio.

Cidades

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