O que muda numa biografia.
Dizia na badana do "Aquariofilia": “Luís Soares nasceu em 1972 em Lisboa, o lugar onde ainda lhe apetece viver. Sempre trabalhou na área de comunicação e media, criando, produzindo, coordenando, gerindo, dando aulas. Gosta furiosamente de pessoas, de olhar, ouvir, livros, música, filmes, boas histórias e sentir--se vivo. Aquariofilia é o seu primeiro romance, mas escreve desde que se lembra de ter uma caneta ou um teclado na mão.”
Diz na badana de "Em Silêncio, Amor": "Luís Soares nasceu em Lisboa, algures nos anos 70. Sempre viveu nesta cidade, embora prefira considerar-se vagabundo, na imaginação e nos passos. Não é por isso que a trai. Escreve desde que se lembra, com lápis, canetas, em cadernos, blocos, guardanapos, nos computadores que lhe aparecem à frente e, quando não há mais nada, toma notas no telemóvel. Trabalha em Internet há doze anos, dá aulas e passa música de vez em quando, mas procura não se levar muito a sério."
Fui eu que escrevi este texto, em ambos os casos, mas achei curioso, quando o li mais tarde, "as coisas de que gosto" terem sido as que desaparecerem. Talvez tenha menos certezas hoje sobre aquilo de que realmente gosto. Talvez prefira afirmar-me menos seguro sobre aquilo que me move, mas talvez isso não seja uma coisa má.