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luís soares

Blog do escritor Luís Soares

Diana Krall

Dei em tempos o benefício da dúvida a Diana Krall, depois de a ver ao vivo no Coliseu e achar que ao vivo era uma verdadeira jazz woman, apesar da tendência em album para a música de elevador. O último álbum dela, contudo, leva-me a retirar o dito benefício. Jazz nem vê-lo, aborrecimento abundante, coisas que a bossa nova não merece, a não ser que tenhamos de subir ao vigésimo andar de um prédio evitando a claustrofobia.

Pensei que a companhia do senhor Costello lhe daria uma costela mais rock, mas enganei-me. Há mais gente por aí a cantar um jazz suavezinho e melódico, voz feminina incluída, sem induzir de forma tão descarada o sono.

Criatividade.

Dizia o Expresso neste Sábado que eu tinha sido "conquistado" ao SAPO, pela beActive. Pus-me a pensar um pouco no assunto e nas coisas que já fiz desde que deixei a faculdade.

Portugal é um país obcecado pela imitação, pelo "benchmarking". Estamos sempre em comparação com os outros, à procura do nosso lugar num qualquer top ten. Duas das coisas que me orgulho mais de ter lançado, o Terravista e o SAPO Vídeos, foram feitos e apresentados nesse modelo. A maneira mais fácil de os explicar, à altura do lançamento, era por comparação: eram o Cibercities e o Youtube portugueses.

Não há nada de mal na imitação, na inspiração, no utilizar do melhor exemplo e, em ambos os casos, em contextos específicos (o Ministério da Cultura e a Portugal Telecom), tentei dar a cada um dos projectos uma personalidade específica e uma missão que os justificasse e não fizesse deles meras cópias.

A inovação e a originalidade são artes difíceis, nos meios institucionais e empresariais como noutros, mas entretanto escrevi livros. Aí a questão é diferente, o processo é mais íntimo e diz directamente a mim respeito e ao que me agita. São confrontos diferentes e bem mais difíceis.

Não, este post não leva a lado nenhum, é só um momento de reflexão sobre que pontas pegar em relação ao que me apetece fazer.