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luís soares

Blog do escritor Luís Soares

Prometeu.

Ainda não disse nada sobre o "Prometheus" do Ridley Scott e já vai sendo altura.

Que o primeiro Alien e os filmes que se lhe seguiram giravam em torno dos temas da doença e da família, no bom tom metafórico da ficção científica, já se sabia. Eram ainda por cima bons temas para um fim de século marcado pela emergência da SIDA e por um renascente fundamentalismo cristão com ela relacionado. Ou não. Esses temas voltam ao novo filme, situado no mesmo universo ficcional, mas o Sr. Scott deve ter pena de nunca ter sido o Sr. Kubrick, por muito bom entretenimento que tenha feito.

Não é o que mais me incomoda, que os temas da religião, ciência, origem sejam enxertados no filme sem uma particular consistência, embora se arroguem a constituir-se como motor principal da ação das personagens. O que me incomoda mesmo é que o argumento não se aguente. Há de tudo, personagens com ações inexplicáveis só para fazer avançar a ação, personagens que nem se percebe o que andam lá a fazer, discursos que servem para explicar motivações e intrigas que não se tornam claras pelo desenrolar da história. Sem querer spoilar nada, há até o momento clássico de filme de terror mau: "Há qualquer coisa estranha lá fora. Ah é? Então vamos abrir a porta."

Consta que existiu uma versão do filme com mais uma hora que acabou cortada para esta. Nota-se. Não há fluidez, não há ritmo, não há construção e desenvolvimento das personagens, apenas as mais básicas das pinceladas. Talvez "Prometheus" devesse ter sido uma série de televisão, daquelas que podem agora demorar dez, vinte, cinquenta horas a contar uma boa história. As sementes estão lá, o resultado desilude.

Sim, a Noomi Rapace está muito bem como nova Ripley, o Michael Fassbender é um andróide muito creepy e o universo visual é impecável, no desenvolvimento da inspiração original de H.R. Giger.

Mais que tudo, ao contrário da melhor ficção científica, falta ao filme aquela sensação de que está no momento certo, que nos toca na nossa realidade, por distante que possa parecer daquele mundo.

Seja como for, o final parece anunciar uma sequela. A ver vamos.

Wreck-It Ralph.

Sim, é verdade, é mais uma animação 3D com aquele aspeto plástico que as faz parecer terem saído todas do mesmo estábulo, mas "Wreck-it Ralph" é uma espécie de geek wet dream, um pouco como o "Ready Player One" do Ernest Cline (por falar nisso, sabiam que ele está a oferecer um DeLorean?), mas disneyficado, isto é, colorido e com criancinhas irritantes. Lembrou-me também o "Monster Inc" da Pixar. Ah e tal, há um mundo por trás do mundo onde é construída a fantasia. A ver vamos. Seja como for, é um sinal do triunfo crescente da cultura geek no mainstream. Fica o trailer.

 

Mais estrelas.

Publiquei há coisa de um mês uma foto de família das estrelas da MGM em 1943. Porque faz cem anos e para provar que ainda há estrelas, apesar de já não haver star-system, Paramount decidiu também fazer uma foto de família com 116 das suas estrelas. Ou se calhar a ideia foi da Vanity Fair. No site da revista podem explorar a fotografia com nomes e tudo.