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For the first time, the whole series as a single video in HD. Written and Remixed by Kirby Ferguson
In the five years since the series launched, Everything is a Remix has been viewed over two million times and produced a popular TED Talk. Amazingly, Remix continues to change the way people think about creativity, originality, and copyright.
To celebrate the five year anniversary, I've polished up the original four parts and merged them into a single video. For the first time now, the whole series is available as a single video with proper transitions all the way through, unified styling, and remixed and remastered audio. Part One has been entirely rebuilt in HD.
O desporto é provavelmente o conteúdo mais 'premium' da televisão e aquele em que a televisão como a conhecemos ainda vai fazendo algum sentido. Qualquer adepto de futebol do Benfica ou do Sporting poderá explicar facilmente o valor do direto no próximo domingo, quando as oito horas da noite se forem aproximando.
Por isso é que este vídeo é uma aula de televisão e do seu futuro. Não passa muito das generalidade, é verdade, mas coloca todas as questões que todos os canais vão ter de enfrentar num futuro mais próximo do que desejavam: digitalização total, alta definição, espaço mobile, redes sociais, múltiplas plataformas de distribuição, tecnologias em cooperação e competição, independências dos operadores, fidelização dos espectadores. Boa sorte.
O esotérico título deste post é o esotérico nome de uma cadeira de mestrado e pós-graduação no ISCTE para a qual contribuo com umas duas ou três aulas por ano com a minha experiência no assunto.
Contidas neste nome estão novas formas de contar histórias, usando uma ou várias plataformas digitais (sites, blogues, redes sociais, plataformas móveis, ARG, geocaching, etc.) somadas ou não a outras mais tradicionais (livros, cinema, televisão). A ideia é que o resultado final permita o aprofundamento da narrativa, a sua dispersão em em tempos, lugares e personagens mais ou menos secundários e um envolvimento crescente de consumidores, leitores, audiências, novos produtores, todos os que decidirem participar.
É uma área nebulosa e nem sempre fácil de compartimentar ou definir. Todos os anos me acho a falar de coisas diferentes, fazendo perguntas novas e raramente encontrando respostas definitivas. De ano para ano, também me parece, os alunos são cada vez mais nativos digitais que compreendem este universo e anseiam por deixar nele a sua marca.
Aqui abaixo fica a apresentação de que fiz uso ao longo das aulas no final do ano passado. Não vou elaborar, não vou explicar, são só algumas pistas.
Scenes you’ve seen … or have you? Using Dissolve stock footage – and the magic of editing – we’ve created this impressionistic homage to some classic movies. Can you name all 14 films?
Sobre a chamada proposta de lei da cópia privada, partamos do pequeno para o grande.
1. Arrumemos o timing veraneante da coisa, o desrespeito pelo país, a ausência de debate público alargado, a falta de consulta de todas as partes a quem o assunto pode dizer respeito. Tudo mau.
2. Quanto aos beneficiários, arrumemo-los também. Em 1993 e em 2003 houve inquéritos à SPA perante acusações de má gestão, de desvio de fundos. Está na altura da cena se repetir. Mas presumamos a inocência de todos os beneficiários, as várias associações. Estas acusações surgem em primeiro lugar porque é absolutamente opaco o uso que fazem dos fundos que recebem. O seu trabalho em prol dos artistas, da sua defesa, da promoção da cultura é quase invisível. E no entanto, o Estado, ao fazer aumentar os fundos que elas recebem, não lhes exige compromissos de transparência, planos de atividades de promoção da cultura, formação, trabalho sério no terreno.
3. A própria existência destas associações é, se não evoluírem, profundamente anacrónica. O seu nascimento está ligado à primeira vaga de generalização da rádio e da televisão. A sua sobrevivência tem-se revelado inadaptada a um mundo globalizado, digital, desmaterializado. Tanto é assim que cada vez menos artistas, autores, gente da cultura sente a sua necessidade. Falo por mim. Nunca percebi qualquer vantagem em inscrever-me na SPA. Nunca o fiz.
4. A outra coisa profundamente anacrónica é o taxar dos suportes físicos. Se isto tivesse sido feito, vá, há três anos que fosse, talvez ainda pudesse haver algum argumento a favor mas neste momento os modelos de financiamento e distribuição cultural estão a desmaterializar-se, a apostar no streaming, na cloud, no freemium, no crowdfunding, no circuito de festivais e eventos, na colocação em sites internacionais e globais, o Facebook, o Vimeo, o Youtube, o Flickr, o Soundcloud. O tempo não espera e continuamos a tentar apanhar comboios que aceleram e nos fogem.
5. Tudo isto para dizer que a lei representa uma extensão de um modelo anacrónico, uma fuga para a frente assente sobre muletas, uma transferência do financiamento de associações opacas para os consumidores. Quando não são os consumidores que estão a ganhar dinheiro com os novos modelos, são os operadores de telecomunicações, as grandes multinacionais de serviços digitais e, numa escala evidentemente muito menor, os novos artistas que sabem usar as novas ferramentas. E estes precisam de ser estimulados, trabalhados, comprometidos com um futuro mais risonho do ponto de vista da cultura. Eu apostaria que os maiores financiadores dos produtores e distribuidores de música (e em breve de cinema – de televisão já são), serão estes, as grandes operadoras, as grandes plataformas digitais.
6. Mas o problema é mais grave que tudo isto. A lei pressupõe que existe uma diminuição das receitas do lado dos artistas e produtores (ao assumir que os artistas e produtores são as associações que já nem sequer os representam) por efeito da pirataria. Existirá, não a nego. Mas o problema fundamental não é esse. O problema fundamental é o profundo desinteresse da sociedade portuguesa pelo consumo cultural, seja sob que forma for. Esta lei não faz absolutamente nada para o combater. Pelo contrário. Remete mais uma vez a cultura para o gueto dos assuntos esquisitos onde ‘os gajos nos querem sacar mais uns cobres’.
7. Last but not least. Desenganem-se aqueles que acham que isto é ‘um problema desses tipos da cultura’. Não é. As mudanças de paradigma provocadas pela tecnologia são neste momento profundas, avassaladoras, incontornáveis. Não considera-las seriamente é um erro grave que nos pode custar o futuro. Achar que é só uma questão de atualizar os modelos que existem é enfiar a cabeça na areia, ganhar uns meses, no máximo um ano ou dois. A mudança é estrutural. Precisamos de novas maneiras de pensar o mundo.
Em jeito de coda, deixo um documentário curto (quinze minutos) chamado ‘Humans Need Not Apply’. O esforço dos autores para não tomar posição é notável, talvez para não assustar quem o vê, mas a verdade é que o futuro já chegou e não vale a pena fechar os olhos.