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luís soares

Blog do escritor Luís Soares

An Illustrated Guide to Greece

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Dimitri Mellos - For most people, the idea of Greece evokes either images of sunny beaches and picturesque whitewashed villages, or, more recently, depictions of the financial crisis or tragic images of refugees trying to cross over to Europe. With this project, my aim has been to deconstruct and undermine, but also expand and enrich, the set of visual representations associated with my country of birth in our collective imagination. I attempted to capture an aspect of Greece's landscape that is very far removed from the typical picture-postcard aesthetic usually associated with the country. I also wanted to evoke what I think of as the often improvised, play-it-by ear character of that part of the world: the somewhat laissez-faire attitude of Greeks toward their lived environment, which gives rise to an interesting and delicate interplay and inter-permeability between public and private spaces in Greece. Often, objects that would seem to have no place in the midst of nature are found scattered through the landscape. I think there is something deeply sad and surreal, and sometimes even almost cruel (but at other times very tender) about these traces of human presence in the middle of nowhere.

Gregos e Troianos.

É um lugar comum dizer que a Grécia é o berço da democracia. O problema é o que entendemos quando lemos essa palavra. O Nuno levou-me a ler este artigo, que curiosamente só cita a história recente (dentro do meu tempo de vida, pelo menos), mas de repente ocorre-me Homero e Sócrates (o filósofo, não o elegante).

Participo confessadamente de uma certa anomia desiludida que parece atravessar a Europa e desde há uns 35 anos aos poucos se foi instalando no nosso país, que parece muitas vezes um daqueles doentes acamados que olha pela janela sem coragem para se tentar mexer, tais serão as dores.

Quando penso no verdadeiro significado da palavra "democracia", esqueço por momentos a retórica parlamentar, a demagogia economicista, a preguiça e falta do nível intelectual de parte importante dos actores políticos.

Lembro-me de como Jamie O'Neill cruza os 300 com a revolução irlandesa, num dos meus livros favoritos de sempre "At Swim Two Boys", lembro-me de Heródoto e, mais uma vez, de Homero, dos homens e dos deuses, da tragédia e da comédia.

A Grécia é só hoje mais um país periférico de uma União Europeia que vive de uma espécie de lei da gravidade muito própria que, como um buraco negro, tenta atrair tudo a um centro onde nada é visível. Este momento de revolta, irracional, violenta, mesmo que injustificada perante um certo "bom senso das instituições" pode fazer-nos lembrar que a famosa crise em que vivemos em permanência pode tocar-nos a vontade de forma mais profunda.p