Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

luís soares

Blog do escritor Luís Soares

William Gibson's London.

Não me canso do William Gibson porque ele diz em entrevistas, coisas destas:

We can attempt to legislate technology after the fact, but it keeps on coming. Its nature is to be completely out of control. Nobody legislates technology into being. They don’t legislate the birth of the Internet or cellphones or anything. They’re called forth into the market, and the people who call them forth often have absolutely no idea how these things they've thought of will most change society. It’s impossible to tell until people have the things, and they’re using them.

Mas o motivo mais imediato para este post é uma polémica londrina. No seu último romance, 'The Peripheral', parte importante da ação situa-se numa Londres futura (mais ou menos um século no futuro) pontuada por shards, nostalgia do passado, tecnologia fora de controlo e uma classe de super ricos.

O que está a acontecer em Londres, por estes dias, aponta com certeza para este caminho. Um anúncio da Redrow London, promotor imobiliário gerou a polémica. Os autores do anúncio achavam, cito a partir deste artigo do The Guardian:

“We tried to do something a bit new and different from the typical property videos out there, but we accept that maybe we didn’t get it quite right with this one!”

O anúncio é este:

Rapidamente a Internet, nomeadamente por via do Twitter, pegou na coisa e revelou-lhe a alma. Também li o 'Kingdom Come', último romance do J.G. Ballard, o ano passado e lembrei-me dele, claro, mas nada como a versão abaixo, que pega nas imagens do anúncio da Redrow e lhes sobrepõe falas de Patrick Bateman, o psicopata ficcional de Brett Easton Ellis.

É como aquelas versões de músicas que revelam a verdade que a música original parecia não ter conseguido.